Burnout Digital: o que é e como o RH pode ajudar a combater?

Burnout Digital: o que é e como o RH pode ajudar a combater?

Burnout Digital: o que é e como o RH pode ajudar a combater?

O burnout digital é um desdobramento do esgotamento profissional, condição que afeta milhares de profissionais todos os anos. Gerada pelo uso intensivo ou inadequado da tecnologia, essa variação se tornou um grave risco para as empresas, especialmente nos modelos de trabalho híbrido e remoto.

Suas consequências podem gerar perdas financeiras, além de declínio da produtividade, alta no turnover e graves malefícios para a saúde mental e física dos colaboradores. No artigo de hoje, você vai aprender o que é burnout digital, seus sintomas e como o RH pode ajudar a combatê-lo. Confira!

O que é burnout digital?

Também conhecido como síndrome de burnout tecnológico ou esgotamento digital, o burnout digital leva a um desgaste mental, emocional e físico, e é gerado pelo uso excessivo ou inadequado de tecnologias como smartphones, computadores, tablets e outros dispositivos com tela. Ele ocorre quando a pessoa é sobrecarregada de informações e/ou enfrenta uma demanda constante de tarefas.

Em uma realidade hiperconectada como a atual, muitas pessoas encontram dificuldade em se desligar, e o uso contínuo da internet faz com que essa sensação se estenda também ao ambiente de trabalho. Além disso, o burnout digital pode ser gerado ou potencializado pelo uso excessivo de redes sociais.

 

O esgotamento digital afeta principalmente aqueles que dependem da tecnologia para conseguir realizar suas atividades. Isso vale tanto para quem trabalha em casa, no modelo remoto ou híbrido, quanto para profissões que exigem conexão constante.

O que é burnout digital?

Diferenças entre o burnout digital e o burnout tradicional

A síndrome de esgotamento profissional, ou apenas burnout, está relacionada a sentimentos negativos como desânimo, impotência e exaustão geral que surgem do estresse constante no ambiente de trabalho.

Já o burnout digital está ligado especificamente ao cansaço mental que vem do uso excessivo de aparelhos eletrônicos e da avalanche de informações. Seus sintomas podem levar a problemas físicos e psicológicos, e o tratamento baseia-se, principalmente, na administração e controle do uso de aparelhos e redes sociais.

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Perigos do burnout digital para as empresas

A síndrome de burnout tecnológico causa graves problemas para a saúde dos profissionais e para os resultados das empresas. A lista de consequências é extensa, sendo uma das principais a perda de produtividade e qualidade das entregas.

Além disso, o burnout digital leva ao aumento nos índices de absenteísmo e turnover. O adoecimento dos colaboradores acaba fazendo com que se ausentem do local de trabalho de forma mais recorrente e, em casos mais extremos, optem por deixar a empresa em busca de oportunidades mais saudáveis.

Existe ainda a desmotivação, dificuldades em trabalhar em equipe e uma série de outros fatores que prejudicam o ambiente profissional e diminuem a competitividade do negócio. Ou seja, garantir o bem-estar e a saúde mental dos profissionais é garantir os resultados e crescimento da empresa.

Consequências do burnout digital no Brasil

Segundo o We Are Social, os brasileiros passam cerca de 9,5 horas conectados a dispositivos móveis diariamente. Um valor que ultrapassa a média mundial, que é de 7 horas. Isso torna o burnout digital ainda mais desafiador no Brasil, já que a hiperconexão é um dos principais facilitadores para a doença.

Outro dado que demonstra essa realidade foi divulgado pelo Microsoft Work Trend Index, onde é revelado que 54% dos trabalhadores brasileiros já se sentem sobrecarregados com o volume de trabalho digital que realizam.

Cenário que se intensifica no caso das mulheres, como mostra estudos da McKinsey onde é dito que, globalmente, as profissionais em cargos corporativos sofrem com níveis de exaustão até 32% maiores em comparação aos homens. Boa parte disso causado pela dupla jornada, que costuma ser invisível.

Uma das consequências que podem ser percebidas é que, segundo a empresa de jurimetria DataLawyer, em 2023 houve 23 mil processos movidos por trabalhadores que buscam o direito à desconexão. O dobro considerando o valor total dos quatro anos anteriores, e que gerou um custo de R$ 5,65 bilhões nos tribunais.

Diferenças entre o burnout digital e o burnout tradicional

Principais causas do burnout digital

Uma das principais causas do burnout digital é a comunicação fora do horário de trabalho, como responder mensagens, ler e-mails e até participar de reuniões e ligações em momentos que deveriam ser de descanso.

Com a popularização das redes sociais e a conexão contínua a internet, para muitos profissionais ficar “offline” do trabalho se tornou mais difícil. Além disso, existem empresas e líderes que acabam incitando, ou mesmo exigindo, disponibilidade completa deles, o que é um problema gravíssimo.

Não respeitar os momentos de descanso dos trabalhadores é uma das principais causas do burnout digital. Mesmo que sejam gastos apenas minutos respondendo mensagens ou e-mails, essa disponibilidade constante leva a dificuldade em desconectar, intensifica o uso de dispositivos digitais e facilita a exaustão.

Outro fator que pode levar o profissional ao burnout digital é o excesso de atividades, que faz com que ele passe mais horas do que o recomendado trabalhando com telas.

Além disso, existe a sobrecarga de informações, geradas tanto no ambiente profissional quanto pessoal (com o uso de redes sociais). A tentativa do cérebro em processar constantemente uma grande quantidade de informações diferentes leva à exaustão e a fadiga.

Na era da informação, muitos usuários têm dificuldade para compreender quais devem ser os limites digitais. Isso faz com que passemos longas horas online, seja para trabalho ou lazer, o que gera uma desconexão com o tempo que deveria ser utilizado para descanso e relaxamento.

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Sintomas do burnout digital

Assim como na síndrome de esgotamento tradicional, gerado pelo estresse crônico, o burnout digital também pode se manifestar de diversas formas.

Seus primeiros sintomas levam ao cansaço constante e, em casos mais graves, acabam fazendo com que o profissional desenvolva doenças psicológicas e físicas. Os sinais mais comuns são:

  • Fadiga crônica

  • Dificuldade de concentração

  • Irritabilidade

  • Insônia ou distúrbios do sono

  • Desconexão emocional

  • Ansiedade

  • Depressão

  • Baixa produtividade

  • Isolamento social

  • Perda de interesse em projetos pessoais e profissionais

  • Manifestações físicas, como dores de cabeça, problemas gastrointestinais, entre outros

O primeiro passo para tratar o burnout digital é reconhecer os sintomas e buscar ajuda. Casos graves precisam do auxílio de profissionais especialistas, tanto para lidar com questões psicológicas quanto físicas.

A busca por tratamento pode ser pessoal, mas é importante que o RH e a empresa auxiliem nesse processo, especialmente para diminuir a probabilidade de que a condição volte a piorar com o tempo.

Sintomas do burnout digital

Como o RH pode ajudar na prevenção do burnout digital?

O RH é o setor responsável por gerenciar e cuidar dos colaboradores durante toda a sua trajetória na empresa. Isso engloba as ações para motivação, resultados, retenção, saúde e muito mais. No caso do burnout digital é possível auxiliar com:

Conscientização e educação

A conscientização sobre o que é, quais seus riscos e como evitar o burnout digital é essencial para combater essa doença, e o RH tem um papel fundamental nisso.

Pode ser feito através de eventos com foco na educação sobre o tema (como palestras, gincanas, treinamentos, entre outros), cartilhas informativas e uma série de outras ações visando o conhecimento. Além disso, é preciso pensar em ações que promovam o autocuidado, algo importante para manter a saúde e bem-estar.

Além de ensinar sobre os riscos da hiperconexão no trabalho, é importante mostrar as desvantagens do uso excessivo ou inadequado de tecnologias na vida pessoal. Afinal, o uso das telas é recorrente dentro e fora dos escritórios e deve ser tratado considerando esse fato.

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Como o RH pode ajudar na prevenção do burnout digital?

Políticas de bem-estar digital

Ao tornar o bem-estar digital dos colaboradores uma parte importante da cultura organizacional, o RH e a empresa ajudam na prevenção e cuidado do burnout digital. O primeiro passo para isso é conhecer os sintomas e traçar estratégias que reduzem a probabilidade de a condição se desenvolver, algo mais efetivo quando se torna parte das políticas de bem-estar do negócio, tornando a saúde do colaborador uma prioridade para a companhia. Com isso é possível conquistar o respeito e carinho dos colaboradores, aumentando os índices de motivação e engajamento e reduzindo as chances de desenvolverem questões de saúde.

Entre as ações que devem estar nas políticas está o respeito aos períodos de desconexão, evitando completamente o envio de mensagens, e-mails, ligações e outros contatos durante o período destinado a descanso.

Apoio à saúde mental

Com o aumento alarmante de problemas relacionados à saúde mental, as empresas têm investido cada vez mais em ações de apoio. Uma delas é a oferta de benefícios que facilitam o acesso a profissionais como psicólogos e psiquiatras, além do incentivo ao exercício físico e até mesmo momentos de lazer.

Também é possível manter profissionais com foco na saúde mental disponíveis para os colaboradores, estabelecer pausas obrigatórias para desconexão e autocuidado, incentivar exercícios como a ginástica laboral, entre muitos outros.

Criação de um ambiente de trabalho positivo

O ambiente profissional tem um forte impacto na saúde e bem-estar dos indivíduos, especialmente por ser um local (físico ou não) em que passam longas horas do dia. Por isso, é importante que todos se sintam confortáveis e seguros, algo possível através de uma cultura organizacional positiva.

Mais do que ser um local agradável, é necessário que o ambiente de trabalho seja um lugar onde os colaboradores se sintam confortáveis para dizer o que pensam, pedir ajuda e discordar quando necessário.

Monitoramento de cargas de trabalho

O excesso de trabalho é um dos maiores inimigos da produtividade e da qualidade do trabalho feito dentro das empresas. Fazer horas extras, ser responsável por mais do que consegue lidar de forma saudável ou estar em vários projetos trabalhosos simultaneamente são alguns dos motivos mais comuns que levam profissionais talentosos ao burnout.

Isso se aplica também ao esgotamento digital, principalmente se essas atividades e horas de trabalho são feitas em frente a telas ou exigindo constante conexão. O RH, aliado aos líderes e gestores, deve garantir que nenhum colaborador ultrapasse seu limite, ajustando e redistribuindo tarefas sempre que necessário.

Tecnologia de apoio

Novas tecnologias surgem todos os anos com o objetivo de simplificar sua rotina dentro e fora do trabalho. A automatização de processos, análise de informações, elaboração de relatórios e acompanhamento de métricas são algumas das atividades que já podem ser feitas com apoio delas, e geram resultados consideravelmente melhores.

Muitas dessas ferramentas servem como aliadas no combate ao burnout digital, sendo capazes de otimizar tempo, simplificar atividades e realizar tarefas operacionais enquanto o profissional fica livre para se afastar das telas por algum tempo.

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Feedback regular

A falta de clareza nos processos, resultados e desempenho serve como gatilho para o estresse, que leva à exaustão e acaba facilitando para o desenvolvimento do burnout. Ter uma cultura de feedback constante permite deixar o colaborador consciente de seus acertos, erros e performance, o que diminui drasticamente a possibilidade de problemas.

Além disso, com o feedback regular é possível acompanhar os sinais do burnout digital e gerenciar a carga de trabalho. Lembrando que o custo para cuidar de um problema é muito mais alto do que o investimento feito em prevenção.

Leia também: Feedback: Quais os principais modelos e suas vantagens?

Avaliações de clima organizacional

As pesquisas de clima e desempenho organizacional devem ser feitas de forma recorrente pelo RH, e ajudam a identificar e acompanhar uma série de indicadores importantes para as empresas. Entre eles como está a saúde mental e física dos colaboradores, sinais de possíveis doenças e alertas sobre problemas em sua rotina.

Ao identificar esses sinais logo cedo, se torna mais fácil combater suas consequências e evitar que acabe se alastrando para outros integrantes do time.

Quando o estresse vira burnout?

O estresse é uma condição temporária e natural do corpo, acionado quando nos sentimos ameaçados ou em perigo. Em doses pequenas é algo saudável para o organismo, já que ajuda a lidar com momentos em que é preciso estar alerta, sendo, inclusive, essencial para a sobrevivência humana.

Entretanto, quando o estresse se torna constante, durando por longos períodos ou surgindo em vários momentos do dia, ele começa a se tornar um grande problema. A falta de gerenciamento das emoções negativas acaba levando a mais complicações, até que o indivíduo acaba desenvolvendo doenças como o burnout, a ansiedade e a depressão.

É importante lembrar que emoções como estresse, raiva, frustração e medo são necessárias para o funcionamento humano e servem como aliadas para a sobrevivência. Porém, quando são mal gerenciadas e acabam durando por longos períodos, isso faz com que se tornem complicadores que geram graves problemas ao indivíduo.

Por isso, cuidar do seu bem-estar e investir em inteligência emocional é essencial. Com essa habilidade você vai aprender o papel das suas emoções no seu dia a dia e como pode transformá-las em aliadas.

E aí, o que achou do artigo? Esperamos ter esclarecido todas as dúvidas sobre o que é burnout digital e como combatê-lo na sua empresa. Nos conte nas redes sociais como está sendo esse processo! E aproveite para nos seguir, e ficar sempre bem informado.

Até o próximo artigo!

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