Manter bons índices de engajamento é fundamental para garantir o sucesso do negócio. Através dele, é possível aumentar produtividade, lucratividade, qualidade do ambiente profissional e uma série de outros aspectos que impactam diretamente na competitividade da empresa.
Porém, para investir no engajamento dos colaboradores, é preciso mais do que pesquisas genéricas e ações despersonalizadas: é necessário ter estratégia e saber traçar métodos com base nas necessidades dos profissionais e da empresa. Saiba como fazer isso no artigo de hoje!
O que é engajamento dos colaboradores?
Manter seus colaboradores engajados é bem mais do que garantir a felicidade e satisfação dos indivíduos no ambiente profissional. Esse conceito está diretamente ligado a forma como os trabalhadores se sentem emocionalmente comprometidos com suas atividades, metas organizacionais e empresa como um todo.
Quanto mais engajado um profissional se sentir, maior será seu vínculo com o local onde trabalha e com as tarefas que realiza, o que faz com que se esforce mais em suas entregas, aumentando a qualidade e a frequência delas.
A importância de manter a equipe engajada no ambiente de trabalho
O engajamento de colaboradores está diretamente ligado a questões como produtividade, motivação, qualidade do trabalho realizado e capacidade de alcançar metas e se manter como um negócio competitivo. Uma prova disso está no relatório State of the Global Workplace, publicado pela Gallup em 2024.
Nele, é informado que a falta de engajamento dos profissionais gera uma perda anual de US$438 bilhões. O estudo abrangeu cem mil trabalhadores espalhados em 160 países, e também traz uma perspectiva de como seria se as empresas investissem no engajamento de seus colaboradores.
Segundo a Gallup, caso as empresas investissem em ações contundentes para garantir o engajamento de colaboradores a economia global poderia crescer até US$9,6 trilhões. Valor que equivale a 9% do PIB mundial.
Ou seja, manter seus colaboradores engajados é mais do que apenas garantir que estão alinhados aos objetivos e metas da organização. É essencial para manter o funcionamento e crescimento do negócio, além de impactar diretamente na economia como um todo.
Sabendo disso, setores como o de RH e gestão de pessoas, líderes, gestores e executivos estão buscando estratégias mais assertivas para engajar seus colaboradores.
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Crescimento das “quiet trends” e a importância das estratégias de engajamento
As quiet trends são fenômenos silenciosos relacionados à desconexão no ambiente de trabalho. Atualmente, são uma das maiores ameaças à produtividade dentro das empresas, afetando tanto organizações brasileiras quanto a nível global.
Para minimizar suas consequências, o setor de RH, bem como lideranças e gestores, estão investindo em estratégias de engajamento. Mas, antes disso, é importante conhecer mais sobre as quiet trends e os perigos que cada uma delas representa. São elas:
Quiet Quitting (Demissão Silenciosa)
Quiet Quitting acontece quando o colaborador realiza apenas o mínimo necessário das suas atividades, focando apenas naquilo que costuma estar descrito nas obrigações da função. Nessas situações, o profissional evita assumir responsabilidades extras e não se engaja em projetos além do essencial.
Ao contrário do que alguns podem pensar, o quiet quitting não se trata de “preguiça”. Trata-se de um meio de autopreservação utilizado diante de sobrecarga, falta de reconhecimento e ausência de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Quiet Cracking (Rachadura Silenciosa)
Quiet Cracking é um fenômeno mais grave e que costuma anteceder o burnout, ou síndrome de esgotamento profissional. É gerada por uma exaustão mental que vai se aprofundando de forma gradual e faz com que o colaborador permaneça presente fisicamente, mas sem qualquer conexão emocional.
Com isso, ele perde qualquer energia e motivação para entregar resultados, o que resulta em uma quebra silenciosa e lenta do bem-estar. Algo que, além de levar a problemas de produtividade e qualidade, é bastante grave para a saúde do profissional.
Quiet Ambition (Ambição Silenciosa)
Comum principalmente entre os integrantes da geração Z, a quiet ambition acontece quando os profissionais evitam propositalmente posições de liderança e promoções. Fazem isso como forma de priorizar sua qualidade de vida e manter o equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira.
Para eles é válido abrir mão de oportunidades que levem ao crescimento hierárquico se isso significar uma rotina com maior bem-estar e autocuidado.
Quiet Firing (Demissão Silenciosa pelo Empregador)
O quiet firing é aplicado por empresas, sendo bastante negativo e até mesmo perigoso para o bem-estar dos profissionais. Nele, a organização cria um ambiente limitador e hostil para um colaborador, com o intuito de fazê-lo pedir demissão voluntariamente.
Quiet Cutting (Corte Silencioso)
Semelhante ao anterior, o quiet cutting também tem como objetivo levar o colaborador a pedir demissão de forma voluntária. Mas, nesse caso, ele é transferido para funções não alinhadas ao seu perfil ou que são indesejadas por ele.
Quiet Hiring (Contratação Silenciosa)
Ao contrário dos itens anteriores, o quiet hiring está ligado à promoção de profissionais. Nele, as empresas identificam colaboradores que apresentam um alto desempenho, focando em talentos internos para promoções e transferências. Algo positivo para evitar processos de recrutamento com candidatos externos.
Estratégias para manter seus colaboradores engajados
Ao adotar estratégias de engajamento, é importante considerar as necessidades e características da sua empresa. A depender da cultura organizacional, metas e situação atual, as prioridades serão diferentes.
Ainda assim, existem itens que devem ser aplicados a todos os negócios e que servem como base para se ter um time engajado. Entre eles estão:
Entenda o momento da sua empresa
O primeiro passo para aplicar estratégias de engajamento é realizar um diagnóstico da situação atual da empresa. Através dele, será possível descobrir quais os principais pontos de preocupação, para assim orientar quais serão as prioridades durante o processo.
Porém, é preciso lembrar que não basta utilizar pesquisas de clima genéricas. Mais do que apenas um formulário com perguntas, é preciso considerar questões como índices de turnover e absenteísmo, participação em treinamentos, taxa de resposta a comunicações, sugestões enviadas, feedbacks de líderes, entre outros.
Através dos resultados seu RH será capaz de criar experiências internas personalizadas e orientadas pelas necessidades dos seus colaboradores. O que facilitará para tornar o colaborador o protagonista, algo fundamental para aumentar o senso de pertencimento, reduzir o ruído e construir uma sensação de comunidade.
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Desenvolva suas lideranças
Segundo o relatório State of the Global Workplace da Gallup, 70% do engajamento de um time está diretamente relacionado ao seu gestor. Ter uma liderança ruim causa aumento do turnover, piora no ambiente profissional, queda na produtividade e no cumprimento de metas, entre outros problemas graves para os negócios.
Esse cenário se torna ainda mais grave quando grande parte dos líderes e gestores não recebem formação adequada para ocupar esses cargos. Por isso, é fundamental que as equipes de RH e gestão de pessoas invistam no desenvolvimento de suas lideranças.
Um líder ou gestor é aquele que inspira o time, sendo capaz de fortalecer a cultura organizacional, garantir maiores índices de engajamento e motivação. É importante lembrar que liderar é diferente de chefiar. Atualmente perfis autoritários e com foco no microgerenciamento, características comuns de chefes tradicionais, trazem um grande número de desvantagens para as organizações.
Saiba mais: PDL: Qual a importância do Programa de Desenvolvimento de Liderança e como construí-lo?
Crie uma cultura de reconhecimento
O reconhecimento é um dos melhores métodos para engajar colaboradores e deve ser um dos pilares da cultura organizacional e ações recorrentes. Ao se sentir visto e valorizado por seus esforços e resultados, o colaborador se sente mais motivado a se comprometer com suas atividades, além de se sentir mais conectado às metas da organização.
Existem diversas formas de investir em reconhecimento e, ao escolher as melhores para sua empresa, é preciso ter em mente que estratégias superficiais e desconectadas às necessidades do negócio têm pouca probabilidade de sucesso.
Estudos realizados pela Universidade da Califórnia e pela Universidade de Oxford comprovam que ações com foco no reconhecimento aumentam em até 31% a produtividade. Já a pesquisa Society for Human Resource Management (SHRM), mostra que empresas que investem em treinamento, desenvolvimento e reconhecimento apresentam receita média por funcionário 24% maior e margem de lucro bruto 218% mais elevada.
Essas são apenas algumas das vantagens garantidas por construir um ambiente que valoriza e investe no reconhecimento dos seus colaboradores, o que pode ser feito através de premiações, vouchers, entre outros métodos que também geram benefício direto para o profissional.
Ofereça capacitação
Qualificar seus talentos apresenta uma série de vantagens. Primeiro ao auxiliar no sentimento de valorização, já que o profissional sente que a empresa preza e age em benefício do seu desenvolvimento, algo bastante desejado no cenário atual.
Em segundo lugar, porque a capacitação contínua é essencial para manter a companhia atualizada e competitiva. Através dela, é possível auxiliar seus colaboradores a adquirir habilidades e competências necessárias para o funcionamento da empresa, algo especialmente importante com o rápido surgimento de novas tecnologias e métodos de consumo.
Segundo o Panorama do treinamento e desenvolvimento no Brasil para 2024 e 2025, 89% das empresas brasileiras que acompanham indicadores de eficácia de suas ações de treinamento e desenvolvimento notam resultados positivos. O que demonstra a força que a capacitação pode oferecer tanto no engajamento dos colaboradores quanto nos resultados da empresa.
Proporcione um ambiente de trabalho seguro
Garantir um ambiente profissional seguro para todos envolve diversos fatores. Entre eles está proporcionar um local onde os indivíduos sintam que podem se expressar sem represálias, seja dando ideias ou até mesmo fazendo críticas.
A sensação de que serão punidos caso digam algo errado ou apontem algum problema reduz a motivação dos colaboradores para se conectar aos propósitos do negócio, diminui sua capacidade de inovar e ainda faz com que a empresa perca grandes oportunidades de inovação.
Também é preciso que a diversidade e inclusão sejam uma parte fundamental da rotina, ações e cultura da organização. Com isso, é possível a todos, independente de suas características, sentir que a companhia é um local seguro para ser exatamente como é.
Ofereça feedback constante e regular
Existem diversos estudos que mostram a importância do feedback para as empresas, e como esse item precisa ser um dos pilares de toda organização que deseja alcançar o sucesso.
Um deles é a pesquisa feita pela Gallup em que mostra que 65% dos colaboradores desejam receber mais feedbacks, e 60% se sentem mais confiantes quando estão em uma cultura onde são oferecidos de forma frequente.
Já a pesquisa publicada pela Harvard Business Review mostra que 58% dos profissionais afirmam que a falta de feedback impacta negativamente na produtividade, e 72% acreditam que o feedback é crucial para o seu desenvolvimento.
Ou seja, ter uma cultura de feedback é essencial não só para garantir maior engajamento dos colaboradores, mas também se mostra uma prática valiosa para fortalecer a comunicação e o relacionamento no ambiente de trabalho.
Lembrando que esse costume deve ser praticado sempre com base no respeito e na abertura para comunicação mútua.
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Como a comunicação clara contribui para o engajamento da equipe
Para todos os itens citados neste artigo, existe um elemento fundamental: a comunicação. Para manter seus colaboradores engajados é essencial que eles se sintam confortáveis para ouvir e se expressar, tanto em momentos positivos quanto negativos.
Além disso, é importante que a empresa saiba transmitir suas ações da forma correta, sem deturpar a intenção original através de uma comunicação clara, respeitosa e de qualidade.
Não basta enviar um e-mail informativo ou colar um cartaz em um mural: é preciso considerar como o profissional vai compreender a mensagem, qual a melhor forma de transmiti-la e uma série de outros aspectos que garantem uma boa comunicação no ambiente profissional.
O papel da tecnologia nas estratégias para engajar o colaborador
A tecnologia auxilia na criação de uma cultura de dados, recebendo, analisando e armazenando informações importantes para desenvolver estratégias de engajamento. Também automatiza processos e simplifica burocracias, algo que melhora a rotina dos colaboradores e a torna mais agradável e satisfatória.
Para o RH estratégico e digital, a tecnologia ainda serve como ferramenta para diminuir atividades operacionais, dando mais tempo e liberdade para focar em elementos valiosos como a gestão de pessoas e o engajamento dos colaboradores.
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