Reserva financeira para empresas: qual a importância?
Possuir um planejamento financeiro detalhado é essencial para manter sua empresa saudável e em crescimento contínuo. Infelizmente, nem sempre apenas isso é o bastante para impedir surpresas desagradáveis.
Casos como a da pandemia do covid-19 demonstram o perigo que as empresas correm ao se verem diante de uma crise. Mais do que apenas ter um planejamento financeiro para lidar com problemas já previstos, é importante ter como lidar com problemas não considerados.
Isso não vale apenas para crises mundiais, como foi a do covid-19, mas também a situações mais simples, como a perda de um grande cliente, problemas técnicos e crises internas e externas. São nesses e outros momentos que a importância de se ter uma reserva financeira para sua empresa se monstra fundamental.
O que é reserva financeira empresarial e para quê ela serve?
Muitos podem não saber, mas a reserva financeira de uma empresa é diferente do fluxo de caixa ou capital de giro. Seu principal objetivo é gerar maior segurança e tranquilidade financeira, garantindo que exista um montante guardado de forma segura para ser utilizado em momentos de dificuldade excepcional.
A reserva financeira empresarial nada mais é do que um valor, que deve corresponder a pelo menos 6 a 12 meses de gastos mensais do negócio, guardado para ser usado apenas quando necessário. Esse valor pode ser utilizado em momentos de dificuldade, como dito anteriormente, ou de estabilidade e oportunidade. Mas sempre sendo reposto.
Qual a importância de se ter uma reserva financeira para sua empresa?
O primeiro benefício perceptível de ter uma reserva financeira para sua empresa é evitar o endividamento. Em momentos de dificuldade, em que a questão financeira se torna um fator relevante, esse montante guardado consegue vir em seu auxílio e evitar que acabe criando ou aumentando suas dívidas.
Ter um dinheiro que está acessível, em caso de emergências, fará com que não seja necessário realizar empréstimos, por exemplo. Ou deixar de efetuar pagamentos que podem se tornar uma bola de neve com o tempo.
Esse valor também o permite planejar novos investimentos, já que os riscos não serão tão grandes ao ponto de arriscar perder ou precarizar seu negócio. Sabendo que possui uma forma de pagar as contas por pelo menos um ano, se torna mais fácil realizar novos investimentos, especialmente aqueles que exigem certo risco.
Essas características comprovam a importância de se ter uma reserva financeira empresarial, já que ela irá garantir maior segurança para o presente e também para o futuro da sua empresa.
Como fica o caso de pequenas e médias empresas?
Momentos como a pandemia de covid-19 comprovam que crises econômicas afetam primeiro pequenas e médias empresas. Isso só demonstra que ter uma reserva financeira empresarial é ainda mais importante para esses modelos de negócios.
Além de estarem mais suscetíveis a crises, elas também possuem menos recursos, como empréstimos e grande crédito no mercado. Assim, estar preparado para possíveis problemas é fundamental para garantir a longevidade do seu negócio.
Como planejar minha reserva financeira empresarial?
Desenvolver uma reserva financeira para sua empresa envolve planejamento, não apenas antes de criá-la, mas também durante todos os anos em que seu negócio permanecer ativo.
Isso porque, no caso de precisar usá-la, é importante ter um planejamento de como a repor. Afinal, emergências podem sempre acontecer novamente, então mantê-la em um valor ideal é necessário para manter a segurança e estabilidade financeira da sua empresa.
1. Saiba exatamente quanto sua empresa gasta e quanto recebe
O primeiro passo para planejar como construir sua reserva empresarial é ter um controle financeiro detalhado do seu negócio. Saber quanto é gasto mensalmente, quanto recebe e quais seus custos e despesas é o passo inicial para começar a pensar em quanto poderá guardar.
É importante frisar que os custos podem variar conforme as vendas feitas naquele mês, enquanto as despesas permanecem fixas ao longo dos meses. Tendo esses fatos em mente, você deve ter consciência de como funciona o giro de caixa da sua empresa.
2. Defina um valor mensal para colocar em sua reserva empresarial
Sabendo o quanto gasta, o quanto recebe e quais são seus lucros, você poderá então partir para o próximo passo. Defina um valor mensal para colocar em sua reserva empresarial, mantendo-se sempre, e na medida do possível, fiel a esse valor todos os meses.
Quanto mais alto for o percentual do valor guardado, mais rápido conseguirá dar forma a uma reserva financeira para sua empresa. Por isso, leve isso em consideração quando iniciar o planejamento.
3. Invista em aplicação seguras
O dinheiro colocado em uma reserva empresarial tem como objetivo permanecer onde está por um longo período. No entanto, apenas deixá-lo guardado pode acabar fazendo com que perca poder de compra e seja prejudicado pela inflação.
Uma forma de evitar que isso aconteça é investi-lo em aplicações seguras, e que possam ser resgatadas no momento em que precisar. Existem casos em que a empresa pode optar por investimentos de maior risco, mas isso dependerá da persona jurídica do negócio em questão.
Alguns investimentos considerados seguros, e que podem ser resgatados quando necessário, são: fundos de renda fixa, LCI e LCA com liquidez diária, CDB com liquidez diária, Tesouro Selic e Fundos DI.
Quanto uma empresa deve ter de reserva?
Não existe uma única resposta para essa pergunta. Mas, em geral, a mais indicada é que sua reserva financeira contenha um valor capaz de quitar ao menos de 6 a 12 meses de despesas e custos da sua empresa.
Esse é um tempo visto como consideravelmente seguro para conseguir se reerguer financeiramente e fazer seu negócio voltar a crescer. Entretanto, esse valor pode variar conforme o modelo de empresa e produtos e serviços que ela disponibiliza.
No caso de sua empresa possuir uma natureza sazonal é preciso analisar os meses mais lucrativos e sempre estipular um valor maior pensando neles. É o caso de papelarias, que possuem um ápice de vendas e custos durante o início das aulas, ou lojas de presentes, por exemplo.
Em geral, é preciso estudar a flutuação de caixa do seu negócio do início ao final do mês, e também do início ao final do último ano. Com as informações em mãos, você irá estipular uma margem de erro, sempre para cima, e então saberá quanto deve ter guardado em sua reserva financeira.
Qual a diferença entre reserva financeira empresarial e capital de giro?
Já citamos neste artigo, mas é importante frisar que sua reserva financeira é diferente do capital de giro da empresa. O segundo se trata de um valor específico destinado a pagar as contas de um determinado período, normalmente do mês vigente.
O dinheiro utilizado no capital de giro serve para pagar despesas e contas cotidianas, muitas vezes podendo ser usado também para dívidas de curto e médio prazo.
Planejar a parte financeira da sua empresa para que esse valor seja o bastante, e possa gerir os negócios nos meses comuns, é essencial para garantir a saúde financeira do seu negócio.
Existe também outro termo que se refere a algo diferente dos outros dois, o fluxo de caixa. Ele é um relatório contábil que detalha gastos, custos e o dinheiro que será utilizado para pagar ambos em um período específico.
Enquanto o fluxo de caixa é um relatório de um determinado momento, o capital de giro é o valor usado para pagar as despesas. Ambos são importantes para saber como anda a saúde financeira da sua empresa, e serão consideradas quando analisar como planejar sua reserva financeira empresarial.
Quando posso usar a reserva financeira da empresa?
O primeiro passo para saber se deve ou não usar sua reserva financeira é analisar o momento interno e externo de sua empresa. Se concluir ser um momento emergencial, no qual o seu capital de giro não consegue dar conta do valor, então saberá que chegou o momento de utilizá-lo.
Pode ser o caso de uma crise econômica, da necessidade de colocar um produto lançado recentemente em recall, de uma mudança repentina no mercado de atuação da sua empresa ou mesmo a perda de um cliente importante que gerava uma boa porcentagem da sua renda.
Já outros motivos podem ser relacionados a questões físicas, e não de mercado. Como exemplo, o mau funcionamento de equipamentos essenciais para a produção dos seus produtos ou serviços, especialmente aqueles que possuam um alto valor para consertar ou comprar novamente.
Pode ser o caso também de uma mudança ou reforma em sua loja, ou prédio, algo que exige um alto gasto. Nesses casos, você pode tentar se planejar com antecedência para não precisar usar sua reserva financeira, ou mesmo conduzir uma reserva separada para tal objetivo.
No entanto, caso não seja possível, pode utilizar a reserva financeira empresarial que já possui para essa finalidade.
Outra situação em que a reserva financeira da sua empresa pode ser colocada em uso é ao realizar investimentos, como dito anteriormente. Nesses casos específicos é importante avaliar os riscos e a quantia colocada, assim evitando que fique sem nenhuma reserva ou que arrisque perdê-la de um momento para outro.
Por fim, mas não menos importante, tenha em mente que ao usar sua reserva, independentemente do momento ou motivo, é importante iniciar novamente um planejamento para repô-la.
Esse valor lhe dá maior segurança e garantias de não ver seu negócio desmoronar de uma hora para outra, por isso não deixe de mantê-la atualizada.
Gostou do conteúdo de hoje? Não se esqueça de sempre ficar de olho em como anda a reserva financeira da sua empresa! Até porque, agora você sabe qual a importância dela para o seu negócio 😉
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