Empatia no trabalho: por que é uma habilidade importante?
Muitas empresas tem buscado desenvolver um ambiente de trabalho mais saudável, algo que beneficia não apenas aos colaboradores, mas também a própria organização. Para que isso aconteça, uma das habilidades mais importantes é a da empatia, não apenas nas equipes, mas, principalmente, na gestão e cultura organizacional.
Neste artigo, entenderemos melhor como essa palavra, que tantas vezes pode soar abstrata ou pessoal demais, se encaixa ao ambiente profissional, qual sua importância e como usá-la a favor das empresas e dos colaboradores.
Ficou interessado? Acompanhe o artigo até o final! Depois de aprendermos tudo sobre o assunto, ainda damos uma dica divertida de uma dinâmica para estimular a empatia no trabalho. Confira!
O que é empatia?
Segundo o dicionário Michaelis, empatia é a “Habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa, compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem e qualquer ato de envolvimento emocional em relação a uma pessoa, a um grupo e a uma cultura”.
Ou seja, a empatia está ligada a sua capacidade de ouvir, entender e se colocar no lugar de outra pessoa. Isso pode ser feito ao ouvir outra pessoa contando sobre si, seus problemas e história, ou mesmo ao prestar atenção em suas ações e padrões de comunicação não verbais.
Entretanto, é importante lembrar que ser empático não significa precisar concordar com tudo que lhe é dito. Essa habilidade está ligada a capacidade de compreender as circunstâncias e vivências do outro, aceitando suas singularidades, ainda que não concorde com suas opiniões e escolhas.
Alguns podem acreditar que essa capacidade é algo aplicado apenas a vida pessoal, mas a verdade é que cada vez mais as empresas vem percebendo a importância de valorizar e buscar inserir a empatia no ambiente de trabalho. A seguir entenderemos o porquê!
Empatia como habilidade
Durante a pandemia, se intensificou as discussões sobre as habilidades, ou soft skills, que os profissionais modernos devem ter para alavancar a própria carreira. Conversa que continua em alta, já que o mercado de trabalho foi permanentemente transformado pelos anos de isolamento.
Aqueles capazes de se adaptar com maior velocidade e facilidade se viram em uma posição mais favorável durante as mudanças que aconteceram nos últimos anos, enquanto aqueles com maior dificuldade se viram diante de obstáculos mais complexos de se vencer.
Em um momento de tamanha fragilidade e insegurança, como foi a pandemia, uma das habilidades que se destacou foi justamente a empatia. Organizações capazes de compreender as circunstâncias de seus colaboradores foram mais eficazes em manter um ambiente acolhedor e seguro, além de manter seus talentos mais importantes.
Da mesma forma, profissionais capazes de demonstrar a empatia como soft skill conseguiram se destacar. Essa é uma habilidade importante a todos os colaboradores, mas é especialmente necessária aos gestores, profissionais de RH e diretoria da organização.
A empatia no trabalho deve estar enraizada na cultura organizacional da empresa, e com isso ajudar a desenvolver uma comunicação interna alinhada a essa habilidade. Com o tempo perceberá o efeito disso na produtividade e engajamento de todas as equipes.
Qual a importância da empatia no mercado de trabalho?
Em 2019, uma pesquisa realizada pela USP apurou que 78% dos brasileiros com algum sofrimento mental e psíquico avaliam o mercado de trabalho como um dos principais causadores do adoecimento. Algo preocupante e que, em análises mais profundas, acaba diminuindo a produtividade, engajamento e permanência dos colaboradores.
Por esse e outros motivos é tão importante que as organizações invistam em criar um ambiente de trabalho saudável, e para conseguir fazer isso a empatia é essencial. Afinal, é através dessa habilidade que gestores e profissionais do Recursos Humanos vão conseguir entender quais as dores dos funcionários, e com isso buscar solucioná-las.
Quais os benefícios da empatia no ambiente de trabalho?
Falamos bastante sobre a importância da empatia, e por que ela deve estar presente no ambiente profissional. Mas afinal, quais seus benefícios diretos? Existem vários deles que podem ser citados e fazer uma expressiva diferença no dia a dia e nos resultados do negócio, mas explicaremos às três principais. Confira:
Diminuir o índice de absenteísmo
O termo absenteísmo é um importante índice para o Recursos Humanos, que mede a falta de pontualidade ou presença dos colaboradores. Faltas, atestados e saídas adiantadas são os principais itens avaliados no absenteísmo, e a diminuição deles é uma tarefa que vem desafiando esses profissionais.
O uso da empatia se encaixa nessa situação justamente como estratégia para entender porque esses incidentes estão acontecendo, e então desenvolver um planejamento para evitá-los.
Entender as circunstâncias, em especial aquelas que estão ligadas ao ambiente de trabalho, irá permitir que os profissionais de RH e gestores consigam desenvolver processos que evitem situações como essas. Desenvolver um ambiente de trabalho mais saudável e acolhedor aos seus colaboradores é o primeiro passo.
Aumento da motivação e produtividade
Um dos principais benefícios de se criar um ambiente de trabalho mais empático, e assim mais acolhedor e seguro, é o aumento na motivação e produtividade dos profissionais.
Ao demonstrar para os seus colaboradores que compreende suas dificuldades, valorizando suas vivências e esforços, eles desejaram com muito mais intensidade se dedicar ainda mais as suas tarefas.
Motivação e produtividade funcionam de forma muito mais eficaz quando causadas por compreensão e cuidado, ao contrário do que muitos podem pensar. Ainda que o mercado de trabalho seja competitivo e acelerado, ambas as características podem minar o desempenho do colaborador. Já a empatia no trabalho a cultiva.
Promove o trabalho da equipe
Uma das finalidades de se cultivar a empatia no trabalho é desenvolver um ambiente onde os colaboradores possam se colocar no lugar uns dos outros. Ao fazer isso será muito mais fácil e natural que eles passem a se ajudar, especialmente em momentos de dificuldade.
Isso pode ser notado não apenas nos trabalhos em equipe, mas até naqueles feitos individualmente. Afinal, caso um profissional tenha alguma dificuldade, poderá pedir ajuda para os seus colegas e as chances de eles se ajudarem de forma amigável e com prontidão será muito maior. Fazendo, assim, com que a empatia no trabalho ajude a promover o trabalho em equipe.
4 dicas de como promover a empatia no trabalho
Agora que sabemos o quão importante é ajudar que seus colaboradores desenvolvam a habilidade de empatia no trabalho, é preciso saber como exatamente fazer isso acontecer. Para ajudá-lo nessa empreitada trouxemos quatro dicas essenciais!
Desenvolver uma escuta ativa
Mais do que apenas escutar é preciso aprender a ouvir. Um líder de equipe, ao participar de uma reunião com seus liderados, ou mesmo em conversas particulares onde eles apresentam suas dúvidas e dificuldades, deve focar sua atenção naquele momento.
Impaciência, distrações ou orientações feitas secamente não devem fazer parte dessa rotina. O mesmo vale para profissionais de RH que lidam com diferentes pessoas todos os dias, ou mesmo a diretoria da empresa. É preciso que a empatia esteja presente em cada nível, e ela está diretamente ligada a escuta ativa, ao ato de prestar atenção de fato no que o outro tem a dizer.
Se interessar e se colocar no lugar do outro
Mais do que prestar atenção no que o outro diz, é preciso se interessar na sua mensagem. Buscar entender porque ele pensa daquela forma, qual sua linha de pensamento, dificuldades e forças. Sabendo o que o motiva e o que o molda, será preciso então pensar como seria se estivesse no seu lugar.
Fazer esse exercício cotidianamente irá ajudar a desenvolver a empatia de forma que se torne uma habilidade eficaz e essencial na rotina profissional. Além de ajudar imensamente na relação com os colegas de trabalho.
Desenvolver controle emocional
Em tese a empatia é um conceito ideal, onde ao se colocar no lugar do outro conseguirá compreender suas motivações, ainda que não concorde com elas. No entanto, durante a rotina profissional, é provável que o contato com diversos colaboradores e o embate de visões e comportamentos faça com que o estresse acabe surgindo e aumentando.
Muitas vezes um único profissional acaba precisando lidar com diversos colegas e responsabilidades, como é o caso dos gestores e dos profissionais de RH. Nesses casos, mais ainda do que os outros, é importante desenvolver controle emocional.
Vão existir dias em que esses profissionais não vão desejar ter diálogos com os colegas, ou mesmo paciência para conseguir escutar de maneira paciente e compreensiva seus problemas. E é nesses dias que o foco se torna essencial, assim como a saúde e o controle emocional.
Invista em lideranças empáticas
Um ambiente profissional saudável, e uma cultura organizacional que fomente a comunicação, empatia e bem-estar dos seus colaboradores, começa no topo da hierarquia.
Da mesma forma, para garantir que uma equipe tenha um instinto empático, onde estejam dispostos e disponíveis a se ajudar, é preciso que a liderança inspire esse sentimento.
Por isso é tão importante que a presença de lideranças empáticas seja não apenas desejada, mas receba investimento. Seja de tempo, ao realizar treinamentos e dinâmicas, seja financeiro, ao valorizar profissionais que possuam essa soft skill.
Qual o papel da empresa e do RH para gerar mais empatia no trabalho?
Até aqui falamos bastante sobre a importância da empatia no trabalho, e sobre o papel dessa habilidade nos colaboradores. Agora chegou o momento de falar mais sobre qual o papel da empresa e do RH na missão de gerar um ambiente mais empático, e como podem fazer isso. Algumas dicas são:
Ofereça flexibilidade
Já se foi o tempo onde se acreditava que deveríamos todos trabalhar das 8h às 18h, de segunda a sexta, e que essa era a melhor forma de garantir produtividade e qualidade no trabalho.
No Japão, país conhecido por sua rotina com longuíssimas horas extras e dedicação ao trabalho, vem estudando e mudando sua rotina profissional graças ao índice altíssimo de suicídios. Adotando, inclusive, finais de semana de três dias para os profissionais.
Nos países nórdicos, empresas adotam rotinas de 4 ou 6 seis horas de trabalho diário, com resultados de produtividade superiores ao da época em que faziam uma rotina mais longa.
A verdade é que diversas pesquisas comprovam que a flexibilidade, e o entendimento de que a pressão e cobrança de resultados não são saudáveis aos colabores, é o que de fato pode ajudar tanto as empresas quanto os profissionais a crescerem.
Horário mais flexíveis, prática de home office integral ou parcial e licenças maternidade e paternidade estendidas são algumas das formas de dar maior conforto e flexibilidade aos seus colaboradores.
Estimule o diálogo e a troca de ideias
A comunicação eficaz é uma premissa básica para um bom convívio no ambiente de trabalho, assim como de qualidade nos projetos desenvolvidos. Mas, mesmo sendo algo básico, muitas vezes não é fomentado como deveria.
Criar dinâmicas e uma cultura com troca de feedback irá ajudar não apenas a desenvolver empatia no trabalho, mas também a dar oportunidade para que uma troca de ideias e experiências que pode aumentar imensamente a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
Crie um ambiente seguro e acolhedor
Um ambiente profissional onde o colaborador tenha medo de errar ou propor ideias e opiniões é um ambiente prejudicial, tanto aos profissionais quanto a própria empresa. O mesmo vale para os locais onde não se sintam seguros, especialmente se pertencem a um determinado grupo.
Evitar discursos de ódio, possíveis assédios, falas agressivas e repreensões é fundamental para criar um ambiente de trabalho saudável. E, ao fazer isso, a motivação, confiança e produtividade dos profissionais irá aumentar naturalmente.
Desenvolva uma cultura que valoriza o aprendizado e a inovação
Errar é frustrante, mas pode ser uma oportunidade de aprendizado e motivação que fará um colaborador se desenvolver de forma surpreendente. No entanto, isso não acontece quando ele é repreendido e constrangido por seus colegas e gestores.
O papel da empresa e do RH é criar uma cultura onde os fracassos não sejam motivo de vergonha, mas sim vistos como uma motivação para fazer melhor na próxima oportunidade. Inovar envolve erros, mas também garante maior sucesso a longo prazo. Além de garantir melhores aprendizados.
Aprenda a reconhecer os esforços dos colaboradores
O reconhecimento está ligado a uma cultura que valoriza a inovação e aprendizado. Afinal, a partir do momento em que aprendemos que os erros fazem parte, mas devem ser superados até que se tornem sucessos, é preciso valorizar os frutos da determinação desses colaboradores.
Seja através de programas de incentivo ou recompensas ao bater metas, é importante que existam processos que visem valorizar os esforços dos profissionais. Isso ajudará a mantê-los motivados e mostrará que a empresa se importa e valoriza o seu trabalho.
Encoraje a diversidade e inclusão
A base da empatia está em compreender o outro, mas para de fato ter uma visão empática ampla é preciso ter contato com mais do que apenas pessoas que vivem em uma situação parecida.
Lidar com as diferenças é essencial, e para ter acesso a elas é preciso estar inserido em uma realidade diversa e inclusiva. Ter colegas dos mais diversos gêneros, cores, situações financeiras, histórias e religiões é fundamental para crescer pessoal e profissionalmente.
E tantas histórias juntas por um propósito irá tornar sua empresa ainda mais completa e capaz de desenvolver boas ideias e inovações.
Qual a relação entre empatia e liderança?
É importante entender que a empatia não pode estar presente na cultura organizacional e nos discursos apenas como um conceito. Para que ela seja de fato efetiva é preciso colocar em prática, especialmente nas práticas da gestão.
A comunicação não-violenta é um dos primeiros e mais importantes passos. Para isso, a liderança precisa aprender a se comunicar de forma que não soe agressiva com aqueles que são liderados. Afinal, agressividade apenas minará a confiança desses profissionais e fará com que seu rendimento caia.
Outro ponto importante é a compreensão de diferentes perfis comportamentais, já que um líder estará em contato direto com uma ampla gama de profissionais com diferentes vivências e personalidades, e precisará saber lidar com cada um deles.
Nesse ponto entra também a escuta ativa, que como dissemos mais acima é importante para garantir uma boa comunicação. E, para a liderança, entender de fato quais são as dores e forças da sua equipe, e assim conseguir tirar o melhor dela.
Como deve ser um líder empático?
Um líder empático deve ter uma boa comunicação com a sua equipe, valorizando e realmente se interessando em ouvir cada um. Além disso, sua forma de se comunicar, tanto na maneira de transmitir a mensagem como ao receber opiniões, deve ser eficaz e proativa.
A empatia no trabalho, e mais especificamente na liderança, deve vir do interesse genuíno em conhecer seus colegas, suas demandas e circunstâncias. E, com isso, desenvolver estratégias para o melhor ambiente possível a todos, assim como resultados baseados na colaboração, e não apenas em cobranças.
Dica extra: dinâmica para desenvolver a empatia no ambiente de trabalho!
Existem diversas dinâmicas que podem ser aplicadas para ajudar a fomentar a empatia no trabalho, mas trouxemos uma simples e rápida que pode ser divertida para você e seus colaboradores!
Para realizá-la basta apenas reuni-los em grupo e distribuir papéis onde cada um dele colocar as seguintes informações:
- Nome e apelido
- Estado civil, se tem filhos e bichos de estimação
- Cargo e função que exerce atualmente na empresa
- Formação acadêmica
- Principais hobbies
- Áreas de interesse
Feito isso, deverá sortear os papéis de forma que ninguém fique com a própria ficha, e então pedir para que cada um responda à pergunta “Onde vou estar daqui 5 anos?” se colocando no lugar da pessoa que respondeu.
É uma maneira simples e divertida de exercitar a imaginação, se colocar no lugar dos colegas e ainda conhecer mais uns sobre os outros.
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Até o próximo artigo! 💙